sexta-feira, 15 de agosto de 2008

A ESPIRITUALIDADE E OS RELACIONAMENTOS

No mundo inteiro, a cada segundo, milhares de pessoas se conhecem e se despedem; trocam olhares, gestos e relacionamentos começam ou se acabam. Talvez para a maioria, começar um relacionamento seja muito mais fácil que terminar. Mas isso não é regra, já que para outros achar alguém é algo extremamente difícil, por mais que as aparências ajudem.

Dizem que quando nós estamos prestes a encarnar, planejamos junto à espiritualidade uma série de encontros nesta vida, não sempre por opção, mas por carma que teremos de cumprir. São apenas carmas a se cumprir e oportunidades que são dados de nos relacionarmos outra vez com espíritos que cruzaram nosso caminho no passado. Não há nada mirabolante ou enigmático, mas sim uma força que age de forma parecida com a força da gravidade. È um equilíbrio natural que as relações produzem entre si na terra, criando famílias espirituais, que seriam grupos de espíritos que se mantem próximos durante sua existência..

Outro caso muito comum é o de um espírito com quem fomos casados ou tivemos romances em outras vidas, resolver sentir-se dono de nós nesta existência, dificultando assim que nos relacionemos com outras pessoas. Ele acampa ao nosso lado declarando amor eterno e reprime qualquer um que tente se aproximar. Os orientais chegam a atribuir nomes a esse tipo de situação, onde o mais difícil é acreditarmos que alguém invisível tem o poder de influenciar em nossas relações. Se já não bastava o ciúme terreno, durma com um barulho desses.

Outra vértice invisível e que muitos de nós podemos não perceber, é que quando somos médiuns, intrinsecamente dividimos valores com o invisível que nos rodeia e nossos parceiros são escolhidos por entidades que possuem uma relação próxima de nós. Por exemplo, às vezes algumas mulheres são tomadas por desejos tais como se relacionar com homens casados, se envolver com criminosos, ter vários amantes, ou simplesmente destruir relacionamentos para mostrar seu poder de sedução. A pessoa não consegue entender de onde vêm aqueles desejos, mas apenas sente que são quase que impossíveis de controlar. O que se passa em 90% desses casos é uma relação fortíssima da moça médium - com uma entidade repleta de sensualidade, como uma cigana ou uma “pomba-gira”, que carmicamente divide a vivencia de prazeres materiais com a obsedada. Porém, mesmo assim é um erro atribuir a essas entidades a culpa por tudo, já que quando uma dessas entidades está próxima de nós, a ligação familiar já existe faz tempo e há um carma a ser cumprido que não pode simplesmente ser tratado como uma relação de obsessão vampirística.
Conheço pessoas que não conseguem obter êxito amoroso de forma alguma em suas vidas e sofrem a dor de ciclos e mais ciclos de frustrações nos relacionamentos, compelidos à solidão. Numa análise espiritual, eu diria que tal processo resulta de dois fatores: obsessão e destino cármico.

O que temos de fazer nesses casos em que sentimos influência extracorpórea em nossas ações, é limpar e tratar estas entidades conversando e fazendo-as entender seu papel de evolução, pois esses desejos nada mais são do que vestígios de vidas passadas ainda presentes naqueles espíritos, dos quais não se pode descartar a possibilidade de serem o retrato do próprio espírito da obsedada em vidas passadas. Coisa bem similar vai ocorrer com homens médiuns que tenham próximos de si entidades como malandros e Exus não doutrinados. Vão agir de forma a sempre levar vantagem e muitas vezes terem comportamento malicioso, porém pueril e entorpecido por um desejo poligâmico quase que incansável.

Sem dúvida a relação com estas entidades, tanto no aspecto feminino como masculino, estará muito ligada ao nível destas companhias, podendo algumas vezes, mesmo que raramente, a entidade possuir valores mais sólidos que os da própria pessoa. É também relevante que isso seja um quadro parcial dos valores que a pessoa leva consigo. Nunca alguém carrega por longo período algo que minimamente já não habite dentro dela, mesmo que repelido por valores morais. Isso se passa principalmente pela troca de fluidos entre obsessor e obsedado, levando a uma evolução mútua.

Outro ponto que sempre devemos estar atentos numa relação conturbada, é que ela atrai espíritos que desencarnaram vivendo situações similares. Um relacionamento tomado pelo ciúme, por exemplo, irá atrair um espírito que em terra viveu e desencarnou dentro de uma relação como aquela. Isso ocorre porque as lembranças daquele espírito estão ainda muito vivas e ele automaticamente é atraído pela sintonia com o casal, dificultando ainda mais o relacionamento. È uma força de sucção capaz de puxar para si freqüências simétricas.

Entretanto, para a felicidade de uns e tristeza de outros, nem todos os problemas de relacionamentos são causados por influência de entidades. Algumas pessoas guardam dentro de si problemas comportamentais profundos que dificultam qualquer relacionamento. São pessoas popularmente conhecidas como “problemáticas”, e por isso qualquer relação com elas se torna um caos. Normalmente quem está fadado a cruzar o caminho de um parceiro problemático se prepare, pois ambos tem uma boa quantidade de carma para queimar na relação. São normalmente vivências sofridas e intensas e que mais parecem acorrentar um ao outro enquanto durar aquilo. Todo mundo conhece alguém que sofre, sofre dentro de uma relação sem futuro, mas não consegue largar o parceiro. Isso é CARMA. Assim é a nossa evolução na terra, vivendo situações e aprendendo com elas.

E quem nunca ouviu casos de um marido que vai comprar pão pela manhã e nunca mais volta pra casa? Ou a mulher que arruma os filhos, faz o jantar, sai e nunca mais volta?
São casos onde o carma se cumpre, e então passa a ser opção da pessoa estar ou não com seu parceiro. É o livre-arbítrio quem toma as rédeas e um sentimento de liberdade toma conta do casal. Como muitas vezes um deles não se toca e insiste em erros que no outro já estão lapidados, algumas vezes, de forma covarde, um decide ir.
O fato é que por mais que exista dor na relação, um casal jamais se separa enquanto houver carma a ser cumprido. Todos nós sabemos a diferença de uma relação repleta de amor e uma repleta de correntes.

Relacionamento é algo muito sério e que, quando escolhidos por critérios como vaidade e ciúme, podem colocar-nos em situações não previstas e comprometer por anos, até décadas, toda uma existência terrena. Mesmo aquela pessoa com quem estivemos poucas vezes, já nos conhece faz muito tempo e, se não conhece e foi uma experiência positiva, pode ter a certeza que um dia irão estar próximos novamente, nem que seja como vizinhos e simples amigos. Assim novos espíritos se integram às famílias espirituais já existentes.

Viver é dar a mão aqui e receber uma mão lá na frente. É pagar carmas com nossos parceiros para se não nesta vida, em outras termos a chance de reconstruir relações do passado com o amor eterno que carregamos. Sofrer pode ser o único caminho que alguns conseguem trilhar para a evolução. Temos de ter força e tentarmos melhorar a cada pessoa que cruza nosso caminho. Aceitar a distância muitas vezes é uma forma de compreender incompatibilidades. Afinal, existem diferenças que transcendem nossas vontades e desejos de criar uma compatibilidade artificial.

Não devemos nunca fazer uma análise de nossas relações pelos transtornos que elas trazem, e sim pelo quanto de nossos defeitos ela já foi capaz de corrigir. Lapidação da alma é a verdadeira razão de nossa existência. Quem não entendeu isso, continua a se repetir nos caminhos da dor.

Nessuno

2 comentários:

marie rocha disse...

Esse texto sobre "A ESPIRITUALIDADE E OS RELACIONAMENTOS" é maravilhoso. ao lê-lo passou um filme em minha cabeço a respeito de tudo que eu vivo com meu companheiro de 26 anos. Relacionamento com momentos maravilhosos de muito amor e resultando em um filho hoje com 21 anos. Porém vivo muito só, pois descobri outra família na vida dele.
Quando li pude entender alguma coisa.
Inclusive à época em que ele ficou dias internado numa UTI de hospital e juntamente com um homem vestido com um uniforme impecavelmente branco e com um grupo de enfermeiras antigas, fizeram com que eu conseguisse entrar no corpo deste homem como se fosse um equipamento e fui deslizando até chegar na parte em que estava doente e algo voltou a fluir, em seguida despertei com uma música que ele diz que é nossa. Foi incrível. Este texto explica parte do que foi vivenciado por mim.
Obrigada!
Beijos.

Unknown disse...

Ótimo