quarta-feira, 27 de outubro de 2010

SABEDORIA DO SILÊNCIO

Fale simplesmente quando for necessário. Pense no que vai dizer antes de abrir a boca. Seja breve e preciso, já que cada vez que deixa sair a palavra pela boca, deixa sair, ao mesmo tempo, parte da sua vitalidade. Desenvolva a arte de falar sem perder a energia.

Nunca faça promessas que não possa cumprir. Não se queixe e não utilize em seu vocabulário palavras que projetem imagens negativas, porque isto produzirá ao teu redor tudo o que criou com suas palavras carregadas de Chi (energia criadora).

Se não tem nada de bom, verdadeiro e útil a dizer, é melhor se calar e não dizer nada.

Aprenda a ser como um espelho; observe e reflita a energia.

Se você se identifica com o fracasso, terá fracasso. Se você se identifica com o êxito, terá êxito. Assim podemos observar que as circunstâncias que vivemos são, simplesmente, manifestações externas do conteúdo de nossa conversa interna.

Não se dê muita importância. Seja humilde, porque quanto mais se mostrar superior, inteligente e prepotente, mais se tornará prisioneiro de sua própria imagem, e viverá num mundo de tensões e ilusões.

Seja discreto, preserve a sua vida íntima. Desta maneira você se libera da opinião dos outros e terá uma vida tranquila e benevolente.

Ajude os outros perceberem suas qualidades, suas virtudes e a brilhar.

Não entre em competição com os demais; torne-se como a terra que nos nutre, que nos dá o necessário. O espírito competitivo faz com que o ego cresça, nos separa e cria conflitos, inevitavelmente.

Tenha confiança em si mesmo, preserve sua paz interna evitando entrar em provocações e nas trapaças dos outros.

Não se comprometa facilmente. Se agir de maneira precipitada, sem ter consciência profunda da situação, vai acabar criando complicações.
Tome um momento de silêncio interno para considerar tudo que se apresenta a ti, e só então tome uma decisão. Assim desenvolverás a confiança em ti mesmo e a sabedoria.

Se realmente há algo que não sabe, ou não tenha a resposta a uma pergunta que tenham feito, aceite o fato.

O fato de não saber é muito incômodo para o ego porque ele gosta de saber tudo, sempre ter razão e sempre dar sua opinião muito pessoal.

Evite o hábito de julgar e criticar as pessoas. Cada vez que você julga alguém, a única coisa que faz é expressar sua opinião, e isso é uma perda de energia, é puro barulho.

Julgar, é uma maneira de esconder suas próprias fraquezas.O sábio a tudo tolera, sem dizer uma palavra.

Recorde que tudo que te incomoda nos outros é uma projeção de tudo que não venceu em si mesmo.Deixe que cada um resolva seus problemas e concentre sua energia em sua própria vida.

Ocupe-se de si mesmo, não se defenda. Quando você tenta se defender, na realidade está dando demasiada importância às palavras dos outros, dando mais força à agressão deles.

Pratique a arte do não falar. Tome um dia da semana para abster-se de falar. Ou, pelo menos, algumas horas no dia, segundo permitir a sua organização pessoal.

Graças a essa força, atrairá para si tudo que necessita para sua própria realização e completa liberação.

Porém, tem que ter cuidado para que o ego não se infiltre. O poder permanece quando o ego se mantém tranquilo e em silêncio.

Se teu ego se impõe e abusa desse poder, o mesmo poder se converterá em um veneno, e todo seu ser se envenenará rapidamente.

Respeite a vida dos demais e de tudo que existe no mundo.

Não force, manipule ou controle o próximo.

Converta-se em seu próprio Mestre e deixe os demais serem o que são, ou o que têm a capacidade de ser.

Dizendo em outras palavras, viva seguindo a vida sagrada do TAO.

(Texto Taoísta)

São necessários apenas dois anos para que o ser humano aprenda a falar
e toda uma vida para que ele aprenda a ficar em silêncio .

(Florian Bernard).

domingo, 24 de outubro de 2010

O VALOR DA CARIDADE

Que valor devemos dar a caridade?

“O encanto de um homem é a sua caridade” (Provérbios 19:22).Toda forma de caridade é bem vinda. A caridade ajuda o ser humano a enxergar mais cuidadosamente seus semelhantes, e a deslocar um pouco o foco exclusivo dos seus interesses para interesses mais coletivos.

Quando a sociedade humana evoluir da competitividade para o cooperativismo, ela subirá um degrau na escala dos mundos. O interesse coletivo deve sempre sobressair perante o interesse individual.
A caridade nos torna partífices e coadjuvantes da humanidade como um todo. Além disso, há um ensinamento com base numa lei natural que afirma que “Tudo aquilo que damos ao outro, retorna invariavelmente para nós.

Quanto mais damos amor, mais amor retorna para nós; quanto mais nos doamos ao outro, mais outros se doarão para nós; quanto mais vibramos o bem para o mundo, mais receberemos vibrações de bem”.

A caridade tem a capacidade de aumentar de tamanho na medida em que nós a dividimos. O conhecimento, que também é uma forma de caridade, também funciona assim. Quanto mais conhecimento transmitimos, mais ele aumenta.

O amor também é assim:
quanto mais amor irradiamos, mais ele aumenta.

O superior nunca se perde quando é dividido; o inferior, como os bens materiais, sempre que são passados a outrem, alguem os perde.

Imagine que você tem 10 pães e deu 5, só lhe restarão 5 pães. Mas se você tem amor e o irradia para os outros, mais amor brilha em você.

Tal como o amor, a caridade, e benevolência, a tolerância, a compaixão, as virtudes, quanto mais nós as transmitidos, mais elas aumentam dentro de nós. Visualize o amor como a chama de uma vela.

Quando a chama da vela acende outras velas, seu brilho não se perde. Mas a chama do amor se intensifica quando o amor é passado.
Se pudéssemos entrever a aura de uma pessoa que dá amor, ao observar seu brilho, veríamos que seu amor aumenta quando ele é transferido.

Escolha sempre dar daquilo que, quando concedido, aumenta de tamanho e de intensidade.

Que pensar de pessoas que ficam anos e anos prestando caridade à sua comunidade e continuam com suas vidas travadas e sem boas condições financeiras?

Em primeiro lugar, ninguém deve realizar trabalhos humanitários esperando receber algo em troca. Quando nossa intenção é pessoal, nosso mérito é extremamente reduzido.

Uma pessoa que ajuda o outro para cumprir uma obrigação ditada num preceito religioso, ou para ser admirada pelos outros, ou para fugir do “inferno”, ou mesmo com o único propósito de dissolver seu karma, a caridade não tem o mesmo valor.

O contexto favorável ou desfavorável de vida depende de nosso karma passado e dos desafios que devemos enfrentar dentro do nosso plano de vida.

Quando uma pessoa passa anos e anos dedicando-se ao trabalho da dádiva em sua comunidade, ela pode estar precisando reparar erros de vidas passadas até compensar o mal que tenha realizado. Sua recompensa será a tranqüilidade em sua vida interior.
Mas no caso dela não se importar consigo mesma e manter uma fé inquebrantável na prática da doação e superar as provações da vida, sua recompensa virá logo.
Porém, aquele que faz esperando essa recompensa não a receberá; aquele que faz sem qualquer expectativa pessoal e sem desejos, será o senhor de sua existência e tudo terá. Nosso ego desejante nunca se sacia completamente; se Deus o concede algo, ele não estará satisfeito e amanhã ele vai querer mais e mais. Diz Jesus:
-“Qualquer que beber desta água tornará a ter sede; Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.” (João 4: 13-14). Quem tudo deseja, nada possuirá; quem nada deseja, tudo conquistará.

Essa é uma lei atemporal que sempre se concretiza na vida humana.

É preciso compreender que as condições precárias vividas por pessoas que fazem caridade são, na maioria das vezes, um teste de fé daqueles que realizam boas ações.

Somente aqueles que praticam a caridade esperando algo em troca é que não são bem sucedidos nessa empreitada.

“O ódio desperta rixas, a caridade, porém, supre todas as faltas” (pr 10:12)

(Hugo Lapa

sábado, 23 de outubro de 2010

VIBRAR EM OUTRA FREQUÊNCIA

O maior desafio de um ser humano não é encontrar o seu caminho. É saber trilhar o que escolheu de melhor para si. As dificuldades em cima de hábitos e vícios são os fatores determinantes para que se consiga superar o nosso maior inimigo: nós mesmos.

Tenho, além de mim, acompanhado algumas pessoas que travam verdadeiras batalhas com o seu eu interior na busca de uma vida melhor, mais regrada e, consequentemente, mais feliz e profícua.

Há uma estreita relação entre desistência, cansaço, justificativa e explicações sobre os insucessos. É muito mais fácil jogar a culpa nos outros do tipo: Deus quis assim... Esta argumentação é terrível porque fornece explicações categóricas para um caminho sem qualquer possibilidade de contestação, de argumentar em favor dos mais fracos.

É pior ainda para os excessivamente religiosos.

Na realidade, todos deveríamos prestar atenção nisso: Vibrar em Outra Frequência e na necessidade que temos de nos tornarmos os senhores de nosso Destino. Vibrar em outra frequência significa evoluir na busca de entendimento e no despertar de nosso deus interior. Este deus é a força máxima que nos impulsiona e não é aquele que foi criado pelas religiões no sentido de amedrontar, sendo o que julga, que castiga, que é poderoso...

Mas me refiro ao encontro com o seu deus, que obriga você a ser diferente e melhor a cada novo segundo de sua vida.


Uma das pessoas que acompanho à distância, em sua evolução, travou uma ferrenha batalha consigo mesma e com o meio em que vive. Durante esta batalha, chegou até ela um @ com a citação abaixo:

"A força que domina - dentro de você se esconde uma grande força de ânimo e uma grande potência física. Ainda que não sempre consiga percebê-las, essas potencialidades são presentes e você deve apenas aprender a cultivá-las e discipliná-las. Este é o momento certo para usar o que está dentro de si e que você não sabe possuir".

Ela me acionou, mais tarde, igualmente por @ dizendo:

Amigo, olha a mensagem que recebi para este dia. Incrível não, o que desconheço de mim mesma??

Respondi: Querida, concordo com isso e acrescento. Imagine uma pessoa acordando
pela manhã, depois de um sono agitado, cheio de pesadelos e de situações irreais. Ela sofreu durante o sono. Brigou, batalhou, se desgastou e quando tudo parecia perdido ACORDOU. Doou cor à sua vida pelo despertar... Quando se viu na nova realidade percebeu que tudo era fruto de sua mente...

Isso aconteceu com você. O segredo é vigiar os tropeços que fatalmente virão. Querer mudar é importantíssimo, mas exige fé, disciplina, controle emocional e DETERMINAÇÃO. Analisando você à distância encontro tudo isso em seu interior... Só que desfocado. Ajude-se.

Tirar o cachimbo de um fumante não remonta o beiço de imediato. O vício se foi, mas o hábito pode continuar e o beiço fica caído por um tempo. Tens duas coisas a vencer: O hábito de ser quem você não gosta e o vício de contrariar a sua pessoa naquilo que você quer ser...

A nova alma, a guerreira controlada. Torço por você. NAM-MYOHÓ-RENGUE- KYÓ... Beijo na alma.


Quando terminei de responder o e-mail e o enviei senti uma forte determinação de trocar esta informação com vocês e acrescentar...

A maioria das pessoas não muda por algumas razões:

a. É mais fácil desistir. Para isso o esforço é nulo.

b. Mau planejamento do que deve ser feito pela pessoa. Só querer mudar é muito pouco. É preciso exercitar o COMO MUDAR.

c. Não entender que para mudar eu preciso absolutamente trocar valores em minha vida; os antigos me acompanham até o dia presente, mas não servem. Não há como vibrar em outra frequência conservando as coisas antigas exatamente como são.

d. Insistência dos familiares perguntando o que foi que aconteceu contigo. Eles esquecem de perguntar se estamos mais felizes ou não com a nova postura.

e. Sair da zona de conforto exige determinação acima de qualquer coisa.

f. Entender perfeitamente a diferença entre hábito e vício. Muitas pessoas não conseguem deixar o vicio de fumar porque esquecem de combater o hábito. Muitas pessoas não conseguem mudar o hábito de vida porque esquecem de controlar seus vícios.

Enfim, vibrar em uma nova frequência não é tão fácil como parece, mas é enormemente gratificante.

A maior dica é esta: Não se preocupe com o que as pessoas pensam de você. Se preocupe com o que você acha de suas atitudes. O que os outros pensam de você é problema deles... mas, o que você pensa de suas atitudes é o que vai fazer a diferença em sua vida.

Mudar, vibrar em outra frequência é o que mais queremos, mas uma coisa é básica: primeiro temos que abandonar o que somos... abandonar o que queriam que fôssemos e não gostamos.


Sei que nos veremos.
Beijo na alma
*************************************

Saul Brandalise Jr. é colaborador do Site, autor do livro: O Despertar da Consciência da editora Theus, onde mostra através das narrativas de suas experiências como extrair lições de vida e entusiasmo de cada obstáculo que se encontra ao longo de uma vida.
*************************************

fonte: Comunidade Umbanda Sem Medo
postado por:Ana

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

MENSAGEM DE EXU

“Muitos dizem para nossos cavalos que Exú precisa de “um agrado” para que
possa ajudar e dar caminho material.

Porque não perguntam a nós, quando estamos incorporados em nossos cavalos?

Como, esses que fazem tal afirmação,podem saber o que quer ou precisa a entidade do seu irmão de terreiro?

Nós é que falamos aos nossos cavalos o que precisamos e o que não
precisamos pois esse é um trabalho entre médium e entidade.
Procuramos nossa evolução para alcançarmos a luz maior e para isso precisamos cumprir nossa tarefa no astral e em terra ,quando trabalhamos com nossos escolhidos.

Permitam, chefes de terreiro, zeladores, comandantes que façamos o que nos
foi incumbido mas para que isso aconteça precisamos de médiuns sérios, que
nos respeitem e nos deixem trabalhar dentro das leis que regem a Umbanda.

Precisamos de médiuns inteiros, que não nos usem para falar coisas sem
fundamentos ou fiquem a devanear em nome de Exú. Cavalos, aquietem seus
corpos e suas mentes para que possamos, por seu intermédio, passar as
mensagens e assim realizar nosso verdadeiro trabalho dentro da Umbanda.

Não se preocupem com nomes, que tipo de marafo ou roupa iremos usar pois isso acontecerá dentro do tempo correto, mas lembrem-se de sentir no âmago de seus corações a vibração que emitimos pois se não souberem a diferença
vibratória entre um Exú da lei de Umbanda e um Kiumba, se fazendo passar por um, então ainda não estão preparados para o real e verdadeiro trabalho.”

Um Exú trabalhando para alcançar a luz maior

SEM ERVAS NÃO HÁ AXÉ

Sem erva não tem Axé. Se a mata possui uma alma além do mistério esta é a folha, que a mantém viva pela respiração, que a caracteriza pela cor e aparência, que sombreia seu solo permitindo, através do frescor, a propensão à semeadura. “Kosi Ewe, kosi Orisa”, diz um velho provérbio nagô: “sem folha não há Orixá”, que pode ser traduzida por “não se pode cultuar orixás sem usar as folhas”, define bem o papel das plantas nos ritos.
O termo folha (Ewe) tem aqui um duplo sentido, o literal, que se refere àquela parte dos vegetais que todos nós conhecemos, e o figurado, que se refere aos mistérios e encantamentos mais íntimos dos Orixás.

Mas o que isto tem a ver com o Orixá? É que o culto aos deuses nagôs se ergue a partir de três Ewes: o conhecimento, o trabalho e o prazer, um amálgama de concentração e descontração passível apenas de ser vivido, jamais de ser entendido em sua largueza e profundidade.

O Ewe do conhecimento é aquele que manipula os vegetais, conhece suas propriedades e as reações que produzem quando se juntam, é também aquele que conhece os encantamentos, sem os quais as energias, para além da química, não se desprendem dos vegetais. O Ewe do trabalho é aquele que, na disciplina e aparente banalidade do cotidiano da comunidade de terreiro, vai “catando as folhas” lançadas aqui e ali, pela observação silenciosa e astuciosa, com as quais vai construindo seu próprio conhecimento; sem o mínimo de “folhas” necessárias não se caminha sozinho. Só se dá “folha” a quem é digno e sabe guardar, a quem trabalha, a quem é presente. Só cata “folha” quem tem a sagacidade de entender a linguagem dos olhares.

O Ewe do prazer é aquele que produz boa comida, boa conversa, boa música e boa dança, todas quatro povoadas de folhas e “folhas” para quem tem olhos de ver. O Orixá só vive se for alimentado, só agradece pela comunhão, só se mostra pela dança, só se apresenta pela alegria da música e só fala por Ewe. Sem Ewe não se entende os Orixás.

NÃO EXISTE ORISÁ SEM FORÇA DA NATUREZA.

Falar das folhas no culto afro-brasileiro é muito complexo, pois nas diversas nações que existem dentro do culto, as folhas recebem nomes e funções diferentes.

As folhas de determinado orixá entram também no culto de outro, pois existem combinações de folhas de um orixá para o outro.

A nomenclatura das folhas, tanto em português quanto em yorubá, varia muito, mas vamos destacar os nomes mais populares.

Os pajés utilizavam ervas medicinais e rezas para afastar maus espíritos, esta prática tornou-se cada vez mais usual, porém com o aumento da população, os Portugueses começaram a enviar mais missionários e médicos para interromper estas práticas, e a população começou a procurar os pajés em menor freqüência e as escondidas. Muitas mulheres desta época se interessaram pelas ervas medicinais que os pajés utilizavam, e por não conhecer as rezas que eles faziam misturavam rezas de santos Católicos com estas ervas criando-se assim as famosas rezadeiras e curandeiras do Brasil.

Por isso que a influência indígena é tão forte na Umbanda, com seus Caboclos, entidades representantes destes índios que aqui estavam quando os colonizadores chegaram.

Existem diversas folhas com diversas finalidades e combinações, nomes e considerações dos nomes, fato que muito impressiona a quem as manipulam dentro de Axé.

Temos que ter muita consciência de como usá-las para que não sejamos pegos de surpresa por energias que são invocadas quando a maceramos, quando colocamos o sumo da erva em contato com nosso corpo, quando a colhemos.

Porém folha é para trazer energias boas e positivadas, tirar energias ruins e maléficas em muitos casos, trazer resposta de algo se é necessário para o individuo que a usa.

As plantas são usadas para lavar e sacralizar os objetos rituais, para purificar a cabeça e o corpo dos sacerdotes nas etapas iniciáticas, para curar as doenças e afastar males de todas as origens.

Mas a folha ritual não é simplesmente a que está na natureza, mas aquela que sofre o poder transformador operado pela intervenção de Ossãe, cujas rezas e encantamentos proferidos pelo devoto propiciam a liberação do axé nelas contido.

Há algumas décadas a floresta fazia parte do cenário e as folhas estavam todas disponíveis para colheita e sacralização.

Com a urbanização, o mato rareou nas cidades, obrigando os devotos a manter pequenos jardins e hortas para o cultivo das ervas sagradas ou então se deslocar para sítios afastados, onde as plantas podem crescer livremente.

Com o passar do tempo, novas especializações foram surgindo no âmbito da religião e hoje as plantas rituais podem ser adquiridas em feiras comuns de abastecimento e nos estabelecimentos que comercializam material de culto. Exemplo maior, no Mercadão de Madureira, no subúrbio do Rio de Janeiro, pródigo na oferta de objetos rituais, vestimentas e ingredientes para o culto dos orixás, mais de vinte estabelecimentos vendem, exclusivamente, toda e qualquer folha necessária aos ritos. Bem longe da natureza.

O elemento vegetal é muito importante para a manutenção e equilíbrio dos seres vivos. Através de processos variados os vegetais retiram o Prana da natureza, seja através do Sol, da Lua, dos planetas, da terra, da água, etc. São, portanto, grandes reservas de éter vital e que através dos tempos, o ser humano, descobriu estas propriedades. Usamos os vegetais, desde a alimentação até a magia, sempre transformando a energia vital, através de processos e rituais.

EFEITO DA LUA: Os vegetais são diretamente influenciados pela natureza.

A lua e o sol são os astros que muito influenciam a absorção do Prana e devemos conhecer estas influências. Dentre as quatro fases lunares, que tem duração de sete dias cada, temos duas fases que chamamos de quinzena positiva, propícia para a colheita de ervas para rituais diversos na Umbanda (banhos, defumações, etc.) e nas outras duas temos a quinzena negativa, pois a concentração de éter, nas folhas, frutos e flores, é muito baixa.

Os vegetais são de maneira geral, condensadores das energias solares e cósmicas.

Há ervas que recebem influxos mais diretos de certos planetas ou luminares, sendo, portanto, ervas particulares desses planetas Os corpos celestes são a concretização de certas Linhas de Forças de um determinado Orixá, assim, por extensão, temos ervas de determinado Orixá.

Lua Nova:

Esta fase lunar caracteriza-se pela “ausência” da lua. É a primeira fase da quinzena positiva, pois o éter vital concentra-se na parte superior do vegetal, isto é, nas folhas, frutos, flores e caules superiores. Assim, é uma das fases propícias para a colheita de elementos vegetais.

Lua Crescente:

É a fase complementar, ou segunda fase da quinzena positiva. O éter vital, ou corrente Prânica, ainda está nas folhas, flores e frutos. Está se dirigindo das extremidades das plantas para o seu centro.

Lua Cheia:

É a fase que está na quinzena negativa, não sendo o melhor ciclo para a colheita de ervas, para efeitos ritualísticos, pois o Prana ou éter vital está no caule principal e dirige-se às raízes, para completar o ciclo.

Lua Minguante:

Nesta fase lunar, o Prana concentra-se na raiz, vitalizando-a, permitindo que ela extraia os nutrientes necessários do solo. Não é uma fase propícia para a colheita de ervas, pois está na quinzena negativa. COLETA: Se for possível coletar pessoalmente as ervas, o melhor horário será logo ao amanhecer. Pede-se licença ao Orixá Ossãe e Oxossi, pois esses são, respectivamente, os Orixás das plantas e ervas medicinais e ritualísticas e o Senhor das matas e florestas em geral. É importante, que no instante em que forem retirar as ervas, mentalizem e peçam para que, na finalidade desejada, possam usufruir todas as energias, que estão contidas nestes vegetais.

O BANHO DE ERVAS:

O banho de ervas, até como tratamento, não é de religião alguma, é da própria natureza. Se na Umbanda o utilizam, é porque os próprios espíritos desencarnados que se apresentam como pretos-velhos, caboclos, crianças etc., conhecem esses princípios e os utilizam largamente. Seus princípios iniciáticos estão relacionados a eles, mas não pode ser esse o motivo da não utilização correta e digna da energia vegetal também pelos espíritas.

As ervas detêm grande quantidade de Axé (Energia mágico-universal, sagrada) quem bem combinadas entre si, detém forte poder de limpeza da aura e produzem energia positiva.

Um banho, com o Axé das ervas dos Orixás, age sobre a aura eliminando energias negativas, produzindo energias positivas.

Um banho de ervas reúne as ervas adequadas a cada caso, agindo diretamente sobre esses distúrbios, eliminando os sintomas provocados pelo acúmulo de energias negativas. Medicinas como a Ayurvédica (hindu), a chinesa, a tibetana, o xamanismo, a medicina alopática e a homeopatia fazem uso desses recursos naturais há tempos.

O uso correto e ético opera verdadeiros “milagres da natureza”.

Podemos usar a energia da natureza como auxílio no tratamento de depressões, insônia, ansiedade, angústia e uma série de doenças crônicas.

Com bom senso e é claro, com o acompanhamento médico necessário, tratando o espírito e o corpo (já que as doenças se propagam do perispírito para o corpo físico), nós todos podemos crescer como médiuns e espíritos mais conscientes, e por isso mesmo, mais abertos e livres.

A DEFUMAÇÃO:

No dicionário, defumar significa “queima, esp. sobre brasas, de ervas, resinas e raízes aromáticas (alecrim, benjoim, alfazema etc.) para perfumar ambientes; 2.1 essa mesma queima usada para espantar malefícios e atrair boa sorte”.

O que o dicionário não diz é que a Ciência está em se utilizar dos princípios ativos das plantas e de suas correlações energéticas para transformar padrões e registros densos em sutis, alterando toda a vibração do ar e da energia do ambiente. O fogo também tem seu aspecto eólico que fica impregnado pelos vegetais colocados sobre a brasa. Esse conhecimento é muito antigo e até hoje é utilizado pela Igreja, pelos umbandistas, rosa-cruzes, taoístas, tibetanos etc. Na Grécia Antiga, os sacerdotes tinham predileção pelas folhas de louro e no Antigo Egito pela Artemísia, entre outras. As ervas utilizadas ordenam as novas energias.

SACUDIMENTOS E DESCARREGOS:

As ervas também são usadas na forma de ramas e galhos que são “batidos” nas pessoas, residências e até mesmo objetos, com o objetivo de desprender as cargas negativas e larvas astrais que possam estar aderidas a estes.

Quando feito numa residência deve ser feito batendo as folhas nos cantos opostos de cada cômodo, fazendo um “X” no cômodo. Começa-se do cômodo mais interno para o mais externo do imóvel.

Quando feito em uma pessoa ou objeto, faz-se em cruz na ordem: frente, costas, lado direito e lado esquerdo. As folhas depois de usadas devem ser partidas e despachadas junto a algum lugar de vibração da natureza, de preferência direto sobre o solo.

ERVAS DOS ORIXÁS:

De uma forma geral, toda erva, toda folha, pertence à Ossãe, Ossaniyn, Ossaim, Ossain (como se escreve habitualmente), ou Ossanha! Segundo a mitologia africana, Yansã achando isso injusto, usou seus ventos para espalhar as ervas e desse modo cada Orixá poderia apanhar as que lhe interessasse. Contudo o conhecimento sobre o uso de cada uma delas pertence somente a Ossãe!

Ossãe é a folha em si mesma, seus mistérios, seus ingredientes que podem salvar ou matar, acalmar ou enlouquecer, elucidar ou alucinar. Ossãe é o movimento da inteligência humana, é o âmago das ciências médicas com suas “folhas” sintéticas, seus aparatos que vão muito além das possibilidades dos sentidos. Por isso se canta ao se colher folhas na mata, para propiciar nas folhas o que os olhos não vêem, para lembrar que a mistura de folhas escolhidas é fruto de um ato pensado.

A mata aos olhos do nagô é um convite à reflexão e a purificação e não um objeto de manipulação. Não se entra na mata sem antes pedir licença e presenteá-la, a mata é, antes de tudo, um deus vivo e com vontade própria, aliado com o resto da Natureza.

Só se encontra na mata aquilo que a mata mostra, portanto é preciso conversar, dialogar, entrar num acordo. Não se entra na mata em vão, não se pega mais folhas do que o preciso, não se caça o desnecessário, não se acende vela, não se usa vasilha que não seja feita de folha, não se destrói, não se suja, não se maltrata.

A importância de Ossãe é tal que nenhuma cerimônia pode ser realizada sem sua interferência.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

MENSAGEM DE UM PRETO VELHO

Meu filho, com esses olhos, “que a terra não comeu”, pois são olhos espirituais, reais, já vi muita coisa. Algumas boas, outras nem tanto, e mais outras que não vale a pena contar.

O que passou, passou mesmo. O que ficou foi a experiência das diversas vidas na carne, aliás, muitas delas tão iguais e, ao mesmo tempo, tão diferentes. O que ficou foi o aprendizado e o conhecimento de como é o coração dos homens e suas emoções e vontades. Aprendi a ler a verdade de cada um, por dentro, lá na toca das coisas que não se falam, e que todos escondem muito bem. Tem muita zica dentro dos corações, meu rapaz.

É rolo que não acaba mais!

E coração rançoso e rancoroso, você sabe como é que é, está cheio de irmãozinhos das trevas agarrados a ele. Eles se alimentam das emoções podres e dos pensamentos maldosos.
E a zica é tanta, que só a pessoa rancorosa é que não vê a energia que está perdendo. Menino de Deus, como os homens sofrem por causa das emoções podres! Igualzinho ao corpo carnal, que pode apresentar escaras na pele, devido à falta de movimento em alguma área, o corpo espiritual também tem suas escaras astrais. Porém, essas são causadas pelas emoções podres, estagnadas no meio da alma atormentada e sem centro espiritual.

Falta movimento sutil ali!

Falta vergonha na cara para acertar o passo!
Muito disso vem de outras vidas, são escaras do passado, de coisas mal-resolvidas, ainda alojadas no corpo espiritual.
Mas, muita coisa é de agora mesmo, é coisa podre dos dias atuais.
E o mau cheiro psíquico exalado atrai os espíritos atormentados e atormentadores, que ficam agarrados em penca na aura da pessoa.

Isso é uma tragédia invisível!

É uma doença psíquica que amarra os encarnados e impede os desencarnados carentes de seguirem em frente. Nosso Senhor Jesus Cristo avisou muitas vezes sobre isso.

Ele disse: “Orai e Vigiai!”
– Ele sabia do mal que as emoções podres fazem ao ser humano.

Todavia, muitos oram de forma egoísta e mecânica, sem coração e sem alma, e outros nem isso fazem, passando ao largo das boas vibrações que poderiam ajudá-los e fortalecê-los.
E os que vigiam raramente se olham por dentro, pois policiam muito mais a vida alheia, e não foi isso que Nosso Senhor ensinou.

Meu amigo, tem tanto espírito agarrado nas pessoas, que há horas em que você não sabe mais quem é quem, de tão entranhados que estão.

É um fuzuê energético na aura desses infelizes.

Ô coisa feia de se ver! Mas Nosso Senhor é de uma compaixão infinita. Sob o seu comando, legiões de espíritos de luz vêm ajudando os homens nessas lides do invisível.

Sem eles, isso aqui já teria ido para o beleléu!

São eles que deslindam as ligações psíquicas daninhas e levam os irmãozinhos das trevas para o Espaço, para serem tratados pelos médicos da luz. Esses irmãos da luz são os verdadeiros anjos da guarda da humanidade.

Pena que os homens se esquecem tão facilmente das bênçãos que recebem. Esses guias e benfeitores espirituais são os trabalhadores de Nosso Senhor, não importa a linha espiritual na qual laboram.

Sempre agradeça a eles, pela proteção e luz.
Todavia, se os guias espirituais ajudam, também é verdade que os homens precisam fazer sua parte.
Que vigiem e orem, e exorcizem as emoções podres de seus anseios.

Que renunciem aos desejos torpes de vinganças.
Que esqueçam as ofensas e se dediquem a alguma causa nobre e verdadeira.

Ninguém é vítima do destino!

Todos são passíveis de falhas na jornada, como também de atos elevados. E todos são capazes de seguir em frente…

Tem muito coração zicado nessa vida dos homens terrestres, e muitos espíritos zangados na cola deles. Ainda bem que, lá da Aruanda, vem aquela luz que ilumina a fé dos filhos que querem a cura do próprio espírito.

Como você escreve sobre as coisas do espírito, fale para as pessoas daquela chuva luminosa que os guias produzem sobre as cabeças dos filhos que se esforçam na senda da luz e do bem.

Aquela luz de Aruanda…
Aquele amor que cura o coração.

Fale das egrégoras invisíveis que sustentam os bons pensamentos e os bons ideais, para que muitos outros se liguem a elas e se protejam das vibrações pesadas.

Filho, olhe essa estrela sobre a sua cabeça. É linda e brilhante.
Você sabe o significado dela, e sabe quem a enviou para iluminar o seu caminho.
Pense que o brilho e a proteção que dela emanam possam ser irradiados para outras pessoas.

Que Oxalá abençoe as pessoas zicadas e as cure do mal que trouxeram para dentro de si mesmas. Que Ele propicie um momento de despertar para elas.

Fique na paz de Nosso Senhor! Na luz de Aruanda. Na fé!

Um Preto Velho

fonte:Cidade Espiritual de Aruanda

SACERDOTE

Atualmente, muitos jovens trabalham nas casas como Ogãs, responsáveis pelos toques dos atabaques, e, em algumas ocasiões, como médium.
Não consigo mais separar a religião da vida particular e da profissional. É uma coisa só, completa.
Não importa qual é a religião e a doutrina que segue, o importante é respeitar todas, se encontrar, e praticar a caridade.

Acredito que a Umbanda deve ser também entendida e praticada dentro de seus princípios litúrgicos e para isso o Estudo se faz necessário.

O médium deve ter consciência de seus deveres e responsabilidades perante a Umbanda e o Astral Superior, pois só assim ele sairá da condição de simples praticante, aquele que tem a Umbanda como um fenômeno de incorporação apenas, para uma a condição de um Ser religioso, ou seja um Sacerdote.

Quando menciono a palavra Sacerdote, não me refiro aquele diploma que ficará pendurado na parede, mas sim aquele poder de cura que somente pessoas com auto-equilíbrio e total esclarecimento consegue ter e expressar ao próximo.

Sacerdote é aquele que tem o dom de ensinar, que toca no coração das pessoas, ensinando coisas mesmo, quando não quer dizer nada. Sacerdote é aquele que traz o dom do Astral Superior e que tem a humildade na alma.

Mas, não uma humildade de inferioridade, mas de misericordia.

No entanto, é importante esclarecer dois pontos:
-Primeiro, para se chegar ao auto-equilíbrio a pessoa deverá ter trabalhado muito o seu íntimo com grandes reformas intimas e é claro que o esclarecimento, o conhecimento e a religiosidade são os pilares para essas reformas.
-Segundo quando me refiro ao ‘Sacerdote - aquele que cura’, não me refiro a cura física, mas sim a cura da alma, das magoas e da tristeza, claro que curando o espírito o corpo físico responde rapidamente, mas o que me refiro é aquela cura capaz de encher o coração próximo de esperança, de alegria e de fé, isso sim é ter o poder sacerdotal.

E mais uma vez digo, para isso acontecer é preciso que o médium tenha conhecimento e responsabilidade, que tenha a alma pura, cheia de amor incondicional e que tenha a sua reforma intima sustentada pela sua religião.
Uma religião que traz os mais puros sentimentos de liberdade, de paz e de segurança como a Umbanda traz, basta conhecê-la.

Sempre afirmo:
“só se pode amar algo quando realmente se conhece, caso contrario é ilusão, é um amor sem sustentação e sem confiança, portanto logo se romperá o laço”, e infelizmente é isso que mais vemos acontecer na Umbanda, a maioria dos médiuns chegam na empolgação fazendo juras de amor, mas a primeira balançada é suficiente para romper todo esse “amor” e entusiasmo.

Guardião de Ogum